AMADO PASTOR
Olho o pregador,
No púlpito; só.
Só Deus a quem recorrer,
Que bom!
Quem quereria mais?
Ouço o pregador,
Do púlpito,
Já não tão só,
Que bom! Deus bom!
Respiro.
O pregador pelo púlpito,
Lá, alguma coisa acontece,
Invade um vento,
Aquece-me o peito.
Percebo o pregador;
O púlpito completo.
Aquieto-me, solenemente silencio a alma,
Pois aqui, e
Por toda a Terra,
Deus está presente.
( pelo dia do pastor e pastora metodistas )
domingo, 5 de abril de 2009
T Á N A R U A, P ELAÍ... verso amargo pra andrea hot.
Perdeu o bonde,
A família, a escola, o nome
Junto com a virgindade, na primeira “biata”.
Perdeu o senso, o eixo, o rumo;
Não rimaremos aqui.
Esqueceu o tempo das ¾ brancas, do plissê.
Olhar bom e vazio
Bom, igual ao peito,
Vazio, útero esvaziado. Tanto.
Perdeu o bonde, ta de bode.
Perdeu o rubor e com o rubor, dispensou a vergonha
Na cara já não tão de anjo,
Estampa das sombras da noite
Sobras de ontem.
História das ruas
Relatos da noite
Fatos insanos
Insana noite.
Mentiras meticulosamente metrificadas.
Homens mentem
Deixe que mintam, afinal, compraram sua alma, junto com o corpo
Ainda violão, violado, violentado, velado, viscoso, veneno ainda doce.
Desgraças ao sobrenome;
Tendão de Aquiles de pai e mãe.
Azar desses tempos sem sorte.
Errou a mira
Perdeu a vez
A validade
A altivez,
Perdeu de vez.
Camafeu ao relento.
Cheiro de bocas
Cheiro de pele
De dentro.
Já não cobra tão caro.
Histórias das ruas
Relatos da noite
Insana noite.
Papo de bêbado, conversa de p. que desemboca
Sempre em botequins de uma porta só.
Perdeu o bonde
Perdi meu tempo.
Gastei minhas horas.
Odeio botequins de uma porta só.
Magno Aquino
Outono/2005
Perdeu o bonde,
A família, a escola, o nome
Junto com a virgindade, na primeira “biata”.
Perdeu o senso, o eixo, o rumo;
Não rimaremos aqui.
Esqueceu o tempo das ¾ brancas, do plissê.
Olhar bom e vazio
Bom, igual ao peito,
Vazio, útero esvaziado. Tanto.
Perdeu o bonde, ta de bode.
Perdeu o rubor e com o rubor, dispensou a vergonha
Na cara já não tão de anjo,
Estampa das sombras da noite
Sobras de ontem.
História das ruas
Relatos da noite
Fatos insanos
Insana noite.
Mentiras meticulosamente metrificadas.
Homens mentem
Deixe que mintam, afinal, compraram sua alma, junto com o corpo
Ainda violão, violado, violentado, velado, viscoso, veneno ainda doce.
Desgraças ao sobrenome;
Tendão de Aquiles de pai e mãe.
Azar desses tempos sem sorte.
Errou a mira
Perdeu a vez
A validade
A altivez,
Perdeu de vez.
Camafeu ao relento.
Cheiro de bocas
Cheiro de pele
De dentro.
Já não cobra tão caro.
Histórias das ruas
Relatos da noite
Insana noite.
Papo de bêbado, conversa de p. que desemboca
Sempre em botequins de uma porta só.
Perdeu o bonde
Perdi meu tempo.
Gastei minhas horas.
Odeio botequins de uma porta só.
Magno Aquino
Outono/2005
Prazer em conhecer...
Nasci em Minas, sou filho de uma professora e costureira que não sei como, mas trabalhava os três turnos e costurava de madrugada; eu sempre digo que o homem lá de casa usa saias. Infância feliz, mesmo no início das drogas, lia muito e quando não tínhamos um livro, lia até bula de remédio, direto na química; os distúrbios de sono de mamãe me atiçavam a curiosidade, fui ler a bula, proibia bebida alcoólica... Eis o começo.
Mais tarde, quando as doses, mesmo aumentadas diariamente não resolviam a fissura, procurei drogas novas, pessoas novas e um novo e complicado mundo; só um viciado é capaz de descrever a falta da droga, eu escrevi tempos atrás que, se acorrentarmos um viciado e deixarmos a droga por perto, ele sacrificará o resto dos dentes roendo.
Chega uma hora, bem cedo, que droga perde a graça, viciado não sente prazer com drogas, ele sofre sem elas e assim usa drogas, a qualquer preço; qualquer custo.
Não há um dia certo pra começar no crime, meu dia foi após uma surra terrível, sem motivos, aplicada por conhecidos, no hospital conheci o homem que me ofereceu vingança e proteção, topei na hora mesmo sabendo que jamais sairia da gangue; aprendi várias funções, desde cão de guarda a cobrador, e tudo que fosse necessário e que outro não quisesse fazer. Era preciso mostrar gratidão; anos seguidos.
Minha vida foi então virada ao avesso quando aceitei um convite pra assistir a um culto dos crentes; apoc3: 20; deixei drogas, gangue, armas e fui morar em outra cidade, era conhecido, apanhei muito de polícia, apanhei até de gente que apanhava de mim antes de Jesus; mudavam-me de lugar, fiquei na rua, até numa igreja eu morei; perambulei por aí.
Belo Horizonte, 1985, trabalhava como cinegrafista e dava testemunho em igrejas, escolas; neste tempo, gente como eu era chamada de ralé do céu pelos crentes de nascença, estava deprimido, minha sensação era de ter entendido errado, aquela luta pra ser crente igual aos crentes, não conseguia agradar a ninguém, nem convencer.
Tentei desistir, era infeliz, mais que antes de Jesus, não queria voltar a ser ladrão nem cão de guarda e pra ser crente eu não servia.
Numa segunda-feira cedo, descendo a rua dos tupis, li na porta de uma igreja enorme: “ Bem de manhã “Venha orar conosco”, na agonia eu entrei, sentei bem atrás, atrás é mais fácil pra ir embora. Gente orando; eu não consegui orar, eu só consegui chorar, amargo e desesperado, lembrando o dia em que aceitei Jesus, querendo descobrir como fui sair de uma vida ruim pra abraçar uma vida triste.
Sem tempo pra fugir, umas pessoas se aproximaram, uma jovem sentou do lado e foi tão gente boa que eu quase esqueci quem eu era, “ralé do céu”. Descansei, parecia menino chegando em casa depois da escola, seguro, era Lúcia Estela do Paulo, amiga até hoje, e Rodrigo da Ivana, o Jonas eu conheci em seguida. Ninguém foi mais feliz que eu.
Por muitos anos frequentei a casa do Paulo e da Lúcia, da família Bonfatti e fui professor de EBD, reeditei o livro “Um Grito no Escuro” e daí, seminário; começa a queda, passei a escolher em qual igreja pregaria, namorava uma moça crente, mas tinha uma incrédula, que nunca levei à igreja, entrei pra “fraternidade do choppinho sem remorso” e em muito pouco tempo o seminário, a igreja na periferia, os empregos, o noivado e tudo virou fumaça.
05 meses, tempo suficiente pra voltar às ruas, sem trabalho fui “manguear” em frente ao SUS - Campos Salles, nova suíça – BH; local onde antes distribuía sopa evangelizava e de onde tirei vários mendigos; era mendigo onde fora missionário. Ninguém foi mais infeliz que eu.
Cadeia, pneumonia, derrame de pleura, surras, chão gelado, estafeta de Barbie e quando agonizava ficava na esquina da rua dos tupis, tentando ouvir um pedaço de hino na Central. Até o dia em que voltei pra igreja, enfermo. Muitos ajudaram, mas ajuda mesmo foi o rev. Edson e Paulo Costa me mandarem pra Missão Vida. Foi aqui, sem glamour nem holofotes que Deus tratou comigo, conheci profundamente o amor e a mão de Deus, amém! É meu quarto ano, sou obreiro de triagem, estudo, escrevo, sirvo e sou feliz. A Missão Vida é o mais antigo e maior centro de recuperação de mendigos do país, 25 anos, 353 vagas em regime de internato, tudo gratuito e de excelente qualidade. O mundo precisa urgente de mais Wildos e Arnaldos.
Eu que passei tantas noites roubando e surrando mendigos, hoje gasto meus dias e noites servindo a estes pequeninos como quem serve ao Senhor em pessoa. http://www.mvida.org.br/ / mailto:%20%20magno.mvida@hotmail.com
Nasci em Minas, sou filho de uma professora e costureira que não sei como, mas trabalhava os três turnos e costurava de madrugada; eu sempre digo que o homem lá de casa usa saias. Infância feliz, mesmo no início das drogas, lia muito e quando não tínhamos um livro, lia até bula de remédio, direto na química; os distúrbios de sono de mamãe me atiçavam a curiosidade, fui ler a bula, proibia bebida alcoólica... Eis o começo.
Mais tarde, quando as doses, mesmo aumentadas diariamente não resolviam a fissura, procurei drogas novas, pessoas novas e um novo e complicado mundo; só um viciado é capaz de descrever a falta da droga, eu escrevi tempos atrás que, se acorrentarmos um viciado e deixarmos a droga por perto, ele sacrificará o resto dos dentes roendo.
Chega uma hora, bem cedo, que droga perde a graça, viciado não sente prazer com drogas, ele sofre sem elas e assim usa drogas, a qualquer preço; qualquer custo.
Não há um dia certo pra começar no crime, meu dia foi após uma surra terrível, sem motivos, aplicada por conhecidos, no hospital conheci o homem que me ofereceu vingança e proteção, topei na hora mesmo sabendo que jamais sairia da gangue; aprendi várias funções, desde cão de guarda a cobrador, e tudo que fosse necessário e que outro não quisesse fazer. Era preciso mostrar gratidão; anos seguidos.
Minha vida foi então virada ao avesso quando aceitei um convite pra assistir a um culto dos crentes; apoc3: 20; deixei drogas, gangue, armas e fui morar em outra cidade, era conhecido, apanhei muito de polícia, apanhei até de gente que apanhava de mim antes de Jesus; mudavam-me de lugar, fiquei na rua, até numa igreja eu morei; perambulei por aí.
Belo Horizonte, 1985, trabalhava como cinegrafista e dava testemunho em igrejas, escolas; neste tempo, gente como eu era chamada de ralé do céu pelos crentes de nascença, estava deprimido, minha sensação era de ter entendido errado, aquela luta pra ser crente igual aos crentes, não conseguia agradar a ninguém, nem convencer.
Tentei desistir, era infeliz, mais que antes de Jesus, não queria voltar a ser ladrão nem cão de guarda e pra ser crente eu não servia.
Numa segunda-feira cedo, descendo a rua dos tupis, li na porta de uma igreja enorme: “ Bem de manhã “Venha orar conosco”, na agonia eu entrei, sentei bem atrás, atrás é mais fácil pra ir embora. Gente orando; eu não consegui orar, eu só consegui chorar, amargo e desesperado, lembrando o dia em que aceitei Jesus, querendo descobrir como fui sair de uma vida ruim pra abraçar uma vida triste.
Sem tempo pra fugir, umas pessoas se aproximaram, uma jovem sentou do lado e foi tão gente boa que eu quase esqueci quem eu era, “ralé do céu”. Descansei, parecia menino chegando em casa depois da escola, seguro, era Lúcia Estela do Paulo, amiga até hoje, e Rodrigo da Ivana, o Jonas eu conheci em seguida. Ninguém foi mais feliz que eu.
Por muitos anos frequentei a casa do Paulo e da Lúcia, da família Bonfatti e fui professor de EBD, reeditei o livro “Um Grito no Escuro” e daí, seminário; começa a queda, passei a escolher em qual igreja pregaria, namorava uma moça crente, mas tinha uma incrédula, que nunca levei à igreja, entrei pra “fraternidade do choppinho sem remorso” e em muito pouco tempo o seminário, a igreja na periferia, os empregos, o noivado e tudo virou fumaça.
05 meses, tempo suficiente pra voltar às ruas, sem trabalho fui “manguear” em frente ao SUS - Campos Salles, nova suíça – BH; local onde antes distribuía sopa evangelizava e de onde tirei vários mendigos; era mendigo onde fora missionário. Ninguém foi mais infeliz que eu.
Cadeia, pneumonia, derrame de pleura, surras, chão gelado, estafeta de Barbie e quando agonizava ficava na esquina da rua dos tupis, tentando ouvir um pedaço de hino na Central. Até o dia em que voltei pra igreja, enfermo. Muitos ajudaram, mas ajuda mesmo foi o rev. Edson e Paulo Costa me mandarem pra Missão Vida. Foi aqui, sem glamour nem holofotes que Deus tratou comigo, conheci profundamente o amor e a mão de Deus, amém! É meu quarto ano, sou obreiro de triagem, estudo, escrevo, sirvo e sou feliz. A Missão Vida é o mais antigo e maior centro de recuperação de mendigos do país, 25 anos, 353 vagas em regime de internato, tudo gratuito e de excelente qualidade. O mundo precisa urgente de mais Wildos e Arnaldos.
Eu que passei tantas noites roubando e surrando mendigos, hoje gasto meus dias e noites servindo a estes pequeninos como quem serve ao Senhor em pessoa. http://www.mvida.org.br/ / mailto:%20%20magno.mvida@hotmail.com
A hotmail fechou minha conta, a principal conta, a mais antiga, dela eu despachava textos bíblicos, respondia as cartas, aquelas que antes iam via correios e consumiam papel demais, tinta demais, selos demais, tempo demais, e tinham sido deixadas, afinal o e-mail, mesmo sendo totalmente sem cor, sabor ou cheiro, resolve o problema mundial da comunicação. Aí, veio a idéia de tentar um site, nada grande ou opulento, quando muito um minifúndio eletrônico, de bom tamanho estaria.
O site tá nascendo, vem me poupar horas, preciosas horas de sono; mas também vem aumentar as pessoas que serão beneficiadas pela boa leitura da Bíblia Sagrada; lemos qualquer coisa ultimamente, chega de tanto lixo, e antes que eu me esqueça, crente não precisa de auto-ajuda, pecisa de ajuda do alto. http://www.sola-scriptura.com/ , basta um cadastro e as pessoas terão, todos os dias, a grata tarefa de abrir seu e-mail e saborear a única fonte de água viva em todo o universo, sola-scriptura! Mas então o rev. Daniel ( Ig. Metodista Livre ) me avisa que tem um blog, pra ser sincero, eu não sabia o que era um blog, mas se o revdamodajr, tem um blog, é porque deve ser bom ter um blog, não deu outra, agora também tenho um blog, e certamente, em poucos meses nossos encontros literários semanais se tornarão diários.
É esperar pra ler!
O site tá nascendo, vem me poupar horas, preciosas horas de sono; mas também vem aumentar as pessoas que serão beneficiadas pela boa leitura da Bíblia Sagrada; lemos qualquer coisa ultimamente, chega de tanto lixo, e antes que eu me esqueça, crente não precisa de auto-ajuda, pecisa de ajuda do alto. http://www.sola-scriptura.com/ , basta um cadastro e as pessoas terão, todos os dias, a grata tarefa de abrir seu e-mail e saborear a única fonte de água viva em todo o universo, sola-scriptura! Mas então o rev. Daniel ( Ig. Metodista Livre ) me avisa que tem um blog, pra ser sincero, eu não sabia o que era um blog, mas se o revdamodajr, tem um blog, é porque deve ser bom ter um blog, não deu outra, agora também tenho um blog, e certamente, em poucos meses nossos encontros literários semanais se tornarão diários.
É esperar pra ler!
Ainda me pergunto, como é possível observar tantos, e tamanhos contrastes sociais e fazer de conta que está tudo bem? As ruas estão cheias de gente que dorme ao relento, come sobras, bebe qualquer coisa, veste trapos, não usam um banheiro há séculos.
As pessoas passam, atrasadas, vivemos atrasados, e olham para estes "trastes" que contaminam a paisagem com a sua indisfarçável fealdade, e juram que já nasceram ali; é, todos preferem pensar que não sendo minha culpa, não é problema meu! Mas, se não é minha culpa, não sendo por isso, problema meu, quem assume o quê? Poder público? Esqueça, até o discurso é de ontem, e os projetos, bem, são projetos, só isso. E me encontro, correndo na chuva, aliás, da chuva e quase piso em um desses "trastes" que atravancam as calçadas, em frente aquela igreja católica muito bonita da pça Tubal Vilela, faço que não ouço(a chuva me apressa), mas ouço, " não é pra beber, eu tô é com fome", e já lá na frente, na marquise, me lembro de uma frase de um amigo que não vejo há anos, Pe. Tarcísio; agora é bispo e não sei se ainda pensa assim, mas a frase é dele:" Esmolas? eu dou, prefiro ser enganado do que ser injusto!" Então volto e deixo um real nas mãos magras do moço, que balbucia um " Deus te ajude..." e sumo na esquina. esqueço do ocorrido, até entrar no ônibus pra voltar pra casa, peraí, meu trabalho é recuperação de mendigos!!! Um mísero real, miserável homem que sou!!!
As pessoas passam, atrasadas, vivemos atrasados, e olham para estes "trastes" que contaminam a paisagem com a sua indisfarçável fealdade, e juram que já nasceram ali; é, todos preferem pensar que não sendo minha culpa, não é problema meu! Mas, se não é minha culpa, não sendo por isso, problema meu, quem assume o quê? Poder público? Esqueça, até o discurso é de ontem, e os projetos, bem, são projetos, só isso. E me encontro, correndo na chuva, aliás, da chuva e quase piso em um desses "trastes" que atravancam as calçadas, em frente aquela igreja católica muito bonita da pça Tubal Vilela, faço que não ouço(a chuva me apressa), mas ouço, " não é pra beber, eu tô é com fome", e já lá na frente, na marquise, me lembro de uma frase de um amigo que não vejo há anos, Pe. Tarcísio; agora é bispo e não sei se ainda pensa assim, mas a frase é dele:" Esmolas? eu dou, prefiro ser enganado do que ser injusto!" Então volto e deixo um real nas mãos magras do moço, que balbucia um " Deus te ajude..." e sumo na esquina. esqueço do ocorrido, até entrar no ônibus pra voltar pra casa, peraí, meu trabalho é recuperação de mendigos!!! Um mísero real, miserável homem que sou!!!
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