domingo, 24 de maio de 2009

                              QUE QUERES QUE EU TE FAÇA?

                                                                                            Magno Aquino

 

Dentre as perguntas de Jesus eu entendo esta como "a pergunta de difícil resposta", pois  quem responder a esta pergunta jamais será a mesma pessoa após o Senhor agir, encontrar-se com Cristo Jesus, envolver-se,  ser envolvido pelo Espírito Santo,  gera desdobramentos e são esses desdobramentos que importam.

Bartimeu sabia disso? Sabia; e seguia o Mestre estrada a fora. Mc 10: 52b. Quando utilizamos o episódio envolvendo Bartimeu ao pregar para moradores de rua, o interesse aumenta, não somente pelo “status” de mendigo que o personagem enverga, mas por todos os desdobramentos do episódio;  nunca pregamos Jesus impunemente.

As conseqüências deste envolvimento vêm em forma de compromisso, “ Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” João 8: 36. A graça do Senhor opera em nós tal libertação que nos deixa completamente divorciados daquilo que os reformadores chamam de depravação total, recebemos do Senhor carta de divórcio do pecado e só voltaremos a coabitar com o inimigo das nossas almas se não tivermos nenhum amor em nós, por nós.

Gálatas 5: 1 nos afirma esse compromisso; após a intervenção de Jesus no curso natural das nossas vidas tudo muda;  nosso horizonte muda, assim como mudam nossas expectativas que são afetadas pela doce esperança, abundante no coração dos crentes. Já tentei deixar de ser crente, já cri ser capaz de gerenciar minha própria vida, ser da igreja do eu sozinho, deu no que deu; ainda estremeço ao recordar o resultado trágico da minha estupidez.

“ Que queres que eu te faça?” Bartimeu respondeu a pergunta, nunca mais foi o mesmo;   Zaqueu, Madalena, Arnaldo Soares, Nicodemos, Sadi Santos, Pedro, Saulo de Tarso e tantos outros nunca mais foram os mesmos, mesmo se quisessem.

“ Mas graças a Deus porque, outrora escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.” Rm 6: 17 e 18. Não há mais lugar para o pecado na vida daquele que conhecendo ao Senhor, recebeu nova vida.

Ao responder a pergunta  citada acima, ao atender a voz do Pai que nos chama de volta é que somos feitos filhos do Senhor, com privilégios inigualáveis e responsabilidades idem;  somos resgatados do império das trevas e, TRANSPORTADOS para o reino do Filho do Seu amor Cl 1: 13. É preciso entender II coríntios 5: 17 literalmente. Somos  libertados do jugo insuportável de satanás e recebemos outro jugo, suave; assim, quando somos aliviados da sobrecarga esmagadora  da culpa do pecado, recebemos outro fardo, infinitamente mais leve, é promessa. Mateus 11: 28 – 30; I João 5: 3.

O profeta Amós recebe do Senhor as seguintes palavras:  “ Não sois vós para mim, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? – diz o Senhor. Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e de Caftor, os filisteus, e de Quir, os siros? Amós 9: 7.   Israel recebeu os privilégios de povo eleito do Senhor, mas ignorou as responsabilidades decorrentes; Israel se colocou no mesmo nível dos etíopes, povo menosprezado social e racialmente. Quando aceitamos o senhorio de Cristo aceitamos tudo relacionado à condição de propriedade de Cristo. Jugo e fardo, suave e leve é verdade, mas sempre jugo e fardo.

Responder à pergunta do Senhor, atender ao Seu convite implica  assumir uma postura de criatura nova,  pois que tudo se fez novo, isso faz a diferença entre os cristãos e os descrentes, vida nova; aqui,  o aparente fracasso torna-se vitória, Deus escolhe o jogo, define as regras.

Rev. Daniel Moda Jr, pastor da Igreja Metodista Livre em  Mogi – Mirim – SP produziu um estudo sobre Gideão, um primor de estudo; perder para ganhar, abrir mão agora para vencer logo a seguir, entender a matemática de Deus, confiar na estratégia de Deus e esperar n’Ele de modo que ao recebermos a vitória saibamos honrar a origem da vitória.

“ Que queres que eu te faça? “ ainda continua sendo a pergunta difícil de responder, ao considerar as conseqüências;  seguir a Jesus Cristo, ter a cruz por símbolo e a ignomínia da cruz por marca; receber o bem de Deus e estar pronto para a correção, se necessário;  não viver mais guiado pelo que sei e penso, mas pelo pensar de Jesus, o Cristo. Crer somente.

A mim basta “crer e observar, ao que Cristo mandar” e ser fiel, achado n’Ele e alicerçado na Santa Palavra, subordinando meus pensamentos aos do Cristo. Nem sempre a resposta afetará a vida daquele que responder a pergunta difícil de imediato ou de maneira visível e palpável, mas é por fé que nos movemos e existimos.

“ Que queres que eu te faça? “ Que eu torne a ver, torne a entender teus desígnios, torne a sentir a alegria de ser Teu, aprenda a perdoar novamente, consiga sentir-me perdoado e ame muito mais a Ti do que a mim mesmo e sinta maior alegria em buscar o Teu Reino e a Tua justiça do que em correr feito louco atrás das “outras coisas”. Amém!

 

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                                   Desobedecer é genético.
                                                                                        Magno Aquino                                                      

Adão deu ouvidos à sua esposa, desobedeceu e este ato de desobediência tem custado nosso sangue, suor e lágrimas, ah! Adão!
Não foi o único, a história traz histórias de homens, e mulheres que preferiram dar ouvidos à própria carne a obedecer à razão que emana do trono de Deus; nada há de mais racional que obedecer ao Senhor. Sei disso, falo com a segurança(?) de quem desobedeceu, burramente.
Saul desobedeceu, custando-lhe muito caro dar atenção aos rogos do povo e da própria cobiça, neste caso é preciso pensar no adágio que afirma que o inferno está apinhado de boas intenções; perdeu a razão, a coroa, a vida e a chance de entrar pra história de Israel de forma decente.
Mas ficar aqui escrevendo sobre os desobedientes é fácil, aliás, falar e filosofar a partir dos outros só traz conforto à minha alma, cheia de cicatrizes e lembranças ruins. Tenho conversado com meus irmãos internos do centro de recuperação de mendigos – Missão Vida – em Sobradinho-DF e como em todas as outras unidades pelas quais já passei e servi-os, vejo e ouço histórias de desobediência.
Não é possível, aos irmãos e irmãs que não vivem esta nossa realidade de missão urbana que recolhe, acolhe, cuida e evangeliza homens de rua, imaginar a quantidade assustadora de crentes caídos encontrados em situação de miséria extrema.
E como todas as histórias de desastres e desgraças começam? Invariavelmente todas começam quando as mentiras de satanás nos encantam e seduzem embotando o brilho das evidências e promessas do Senhor Deus; deixamos aquilo que vem sustentando-nos há muito tempo em troca de uma sugestão de outras colheitas, em outras paragens.
Desobedecemos até com certa dose de prazer; a adrenalina do pecado, a indescritível sensação de perigo e desafio que acompanham nossa raça; desobedecer é genético. Minha vontade insana suplantando a racional decisão de servir e obedecer.
Quem nunca passou pela perturbadora situação quando a carne grita e o espírito se contorce como uma cobra na fogueira, e então: DESOBEDECEU? Por muitos anos, depois de Jesus eu furtei coisas sem valor ou serventia alguma, mas que no momento do furto me pareceu o mais precioso e indispensável objeto; quanta dor e vergonha neste assunto, meu Deus! Devo ser maluco pra confessar uma coisa dessas.
Desobediência cauteriza a alma, tolda os pensamentos, entreva o espírito antes rendido à razão bíblica. Mentimos ao telefone e mentimos no altar. Adulteramos na carne e no crer. Descremos, só pra desobedecer sem doer tanto. Relativizamos o pecado e drogamos a consciência com novíssimas interpretações de textos que antes temíamos desobedecer.
Não me considero o maior dos desobedientes, S. Paulo já tomou para si o deplorável lugar mais alto do pódio, mas chego bem colocado.
Pessoas desobedecem até quando pregam a respeito d’Aquele que é a Verdade, prometem uma vida melhor pra todos os arrolados nas suas igrejas. Garantem coisas que não estão na Bíblia, afirmam promessas jamais saídas da boca de Deus.
Falando de nós, mentimos na saudação; quantos “to na benção!” na boca de perdedores! Que são perdedores por não conseguirem mais desobedecer a si mesmos e obedecer a Deus. É! Pra voltar a obedecer a Deus eu preciso me desobedecer, contrariar o vil que se fez normal em mim.
Tentaram deixar um homem de Deus em apuros perguntando o motivo pelo qual Jesus, sendo Deus, escolhera Iscariotes; o homem de Deus respondeu que não poderia responder tal pergunta, uma vez que se encontrava ocupado demais se perguntando o motivo pelo Qual Deus o escolhera. To olhando pra tela e me fazendo a mesmíssima pergunta.
Mas graças a Deus por nosso Senhor Jesus Cristo!

(Ex-interno do centro de recuperação de mendigos – Missão Vida)

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