AS COISAS MUDAM
Vi um cárcere romano, uma placa que acompanha as fotos nos afirma que é o mesmo local onde foi preso o apóstolo Pedro e onde em outra ocasião o não menos apóstolo Paulo teve o desprazer de ser encerrado. Desconcertante.
Conheci cadeias e conheci algumas das piores que possam imaginar, experimentei situações que citá-las não me atrevo, pois não serei eu a perturbar os irmãos com histórias que já não são e, querer auferir simpatia ou solidariedade contando sobre as surras e maus-tratos da prisão é dolo, má-fé.
Apoiar-me e usar artifícios que condeno é a forma mais eficiente de cair em descrédito e voltar aos velhos hábitos do velho homem de reprovável proceder. Quando ouço o testemunho de um ex- um monte de coisas detalhando os terrores da corró, do quartinho, da peia de manta, da manicure e toda sorte de gentilezas que a “nova criatura” enfrentou me lembro de onde fui resgatado e prá onde fui transportado. Cl 1: 13, 14.
Conheço Onésimos por todo este país e fora dele com histórias as mais variadas; certamente há algumas que de tão brandas fazem-me parecer um sobrevivente do Holocausto enquanto outras há que me tornam um sério candidato a personagem do livro “As mais belas histórias”; este eu li quando criança, presente de mamãe.
Todos os Onésimos que conheço se esforçam no prazer sem igual de conhecer o Senhor e torná-Lo conhecido de muitos.
Tais homens se alegram; eu me alegro, ao ver a mão levantada no meio da multidão, o passo inseguro em direção ao Senhor que convida em tom de desafio, o ajoelhar desajeitado, as mãos pra cima, entregues; mais um perdido que se rende ao amor de Cristo Jesus.
O capítulo 16 de Atos, a partir do versículo 23 registra: “ E, depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. Este, recebendo tal ordem, levou-os para o cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco.”
Os açoites foram ilegais, sendo Paulo e Silas cidadãos romanos (v. 37 ), e os pés presos no tronco também, era um tratamento dispensado a malfeitores; seria justo se Paulo e Silas gritassem por seus direitos civis, um abuso. ( pensava que era coisa do meu tempo )
Com pérfida riqueza de detalhes os pseudo-Onésimos distrairiam os crentes caçadores de aventuras por horas. Ainda bem que Paulo e Silas eram homens ocupados e envolvidos demais com o Evangelho para gastar precioso tempo entretendo desocupados com histórias de cadeia.
Mas o capítulo 16 de Atos continua a história: “ Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam.” Conheci cadeias, conheci algumas das piores que possam imaginar, mas em nenhuma delas vi dois presos depois de açoitados, cantarem.
Isso me faz lembrar o apóstolo Pedro escrevendo: “Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem; mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome.” I Pedro 4: 15,16.
Assim eu entendo a atitude de Paulo e Silas, louvar a Deus por serem dignos de sofrer por serem cristãos; é mais, é muito mais do que se pode pedir ou pensar; quando o coração se aquece, indagamos: somos dignos da afronta pelo honroso nome de crentes?
O capítulo 16 de Atos conclui: “ De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos.” Ao ouvirem a pergunta do carcereiro, Paulo e Silas não evangelizam aquele homem assustado, não era necessário, Deus se fez conhecer, Deus pregou naquela noite, Paulo e Silas só cuidaram da liturgia e fizeram o apelo.
Naquela prisão Deus estava presente, pois os homens que lá foram lançados sofreram por serem cristãos e não por serem ladrões, assassinos ou malfeitores. Paulo e Silas seguiram viagem após serem libertados, e continuaram a fazer a mesma coisa que os levou à prisão, pregar e viver o evangelho, sem mencionar os açoites e o tronco.
Insisto na questão do testemunho de crentes resgatados no submundo, me lembro de um poema de Sarah P. Kalley que lamenta gastarmos tanto tempo falando somente do pecado, do inferno e de satanás; Paulo declara que o Reino de Deus é... “ Justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” Rm 14: 17b.
Também já acreditei que relatando todos os horrores vividos no submundo faria as pessoas se desapontarem com o pecado e correrem para Deus; não funciona assim, é Deus, na pessoa do Espírito Santo quem convence e vence a distância, as barreiras, e se aloja amorosamente no coração daqueles que ouvem a Sua voz e aceitam o desafio de nunca mais sofrerem como malfeitores; como crentes, se preciso. Com Jesus, as coisas mudam... Salmos 113: 7,8.
( ex-interno do centro de recuperação de mendigos – Missão Vida ) www.mvida.org.br conheça-nos. www.sola-scriptura.com
domingo, 12 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
A JIRAD DO IBOPE GOSPEL
Hoje tem espetáculo? Tem sim senhor! E o pastor, o que é?
Não poucas vezes vem travestindo-se de bufão, afeito a truanices que façam felizes seu séquito de semicrentes. Na ânsia que faz uma péssima rima com ganância, de terem seus templos empanturrados de gente e seus gazofilácios com o dinheiro destes, aqueles não medem esforços para agradar ao seu saltitante ajuntamento de bodes; salve, salve Charles H. Spurgeon!
Mega templos, mega eventos, mega shows, mega faturamento, vivemos a era dos megas, tudo apoteótico, quase apocalíptico, super pastores e um mundaréu de gospel-star com direito a carro blindado e seguranças; e multidões, uma multidão de multidões, púlpitos uivantes, eis a fórmula. Na corrida maluca prá engrossar o rol e engordar o saldo, encontra-se de tudo. Patéticas cenas de bajulação para os de ofertas gordas e frases humilhantes para os desavisados de dois asses.
Areia do Neguebe, água do Jordão, sal do Mar Morto, miniatura do bordão de Moisés( um mimo!) chave do céu, a rosa ungida e até uma cruzinha plástica com um líquido vermelho dentro, irch! Já pensou nossos queridos Lutero, Calvino ou Wesley assistindo a um desmando de tal envergadura? Surtariam, sem dúvida.
A nova geração de vendilhões mega- pós-gospel faria o Senhor Jesus gastar muito tempo confeccionando azorragues. Eles usam, eles abusam; banho de descarrego em igreja de crente, é de doer! Corredor dos milagres, campanha dos inconformados( com o salário), culto de descapetização( esse eu aprendi com o pr. Dartagnan - Uberlândia), bugigangas “milagreiras” e todo tipo de trapaça; cópias mal feitas das artimanhas da macumba e dos sofismas romanistas.
Tais templos tornam-se suntuosos hiper-mercados da fé, as gôndolas apinhadas com toda sorte de bênçãos. Compra-se de tudo, até marido e status: “ Daqui mulher não sai solteira e homem não sai pobre!” Ouvi esta jóia numa emissora do centro-oeste onde um mascate da fé reclama para si o mesmo título de Pedro, Tiago, João, Bartolomeu e outros santos do Senhor que O acompanharam desde o batismo de João até ao dia no qual foi elevado para o céu.
O grande circo está montado, milagres ensaiados, exorcismos suspeitos, em Belo Horizonte tem curso de curas e outros dons por correspondência, o crente-cliente também pode optar por um intensivo de línguas estranhas, ( o aluno grita “ glória” repetidamente, até baixar o celestial dialeto! ), ah! Atenção encha o seu templo em seis meses, satisfação garantida; dízimo a 8%, pra quebrar a concorrência.
Heavy-metal, street-dance, street-music, gelo seco e outras tragicômicas variações do mercado, é preciso inovar, aliás, agradar é a alma do negócio, o negócio do entretenimento gospel, um grande teatro, ingressos em forma de oferta, desopilam o fígado e sacode o stress; o culto absorveu o público do futebol.
Ah! Glossolalia, abundante, efervescente; falsa e frustrante; na maioria dos casos antibíblica. E muitos desapontados com Deus, revoltados com o evangelho, frustrados com a fé, adquirida a duras penas, e sacrifícios.
E não há quem devolva este discurso fajuto a estes velhacos. Não se levantam os homens de Deus, os homens de bem; não se levantam em nome da fidalguia e ética, como se fosse possível permanecer calado, vejam Pedro tratando com Simão, o mágico – Atos 8: 18 – 23, sem fidalguia nem bons modos; curto, grosso e bíblico.
Foi preciso ouvir da boca de um papista a mais contundente frase de reprovação a tais atos de embromação religiosa: “ Sacerdote não é artista, eucaristia não é show e igreja não é circo.” D. Serafim, Arcebispo emérito da capital mineira.
E os anjos, dirão o quê?
( ex-interno do centro de recuperação de mendigos – Missão vida )
www.mvida.org.br
Hoje tem espetáculo? Tem sim senhor! E o pastor, o que é?
Não poucas vezes vem travestindo-se de bufão, afeito a truanices que façam felizes seu séquito de semicrentes. Na ânsia que faz uma péssima rima com ganância, de terem seus templos empanturrados de gente e seus gazofilácios com o dinheiro destes, aqueles não medem esforços para agradar ao seu saltitante ajuntamento de bodes; salve, salve Charles H. Spurgeon!
Mega templos, mega eventos, mega shows, mega faturamento, vivemos a era dos megas, tudo apoteótico, quase apocalíptico, super pastores e um mundaréu de gospel-star com direito a carro blindado e seguranças; e multidões, uma multidão de multidões, púlpitos uivantes, eis a fórmula. Na corrida maluca prá engrossar o rol e engordar o saldo, encontra-se de tudo. Patéticas cenas de bajulação para os de ofertas gordas e frases humilhantes para os desavisados de dois asses.
Areia do Neguebe, água do Jordão, sal do Mar Morto, miniatura do bordão de Moisés( um mimo!) chave do céu, a rosa ungida e até uma cruzinha plástica com um líquido vermelho dentro, irch! Já pensou nossos queridos Lutero, Calvino ou Wesley assistindo a um desmando de tal envergadura? Surtariam, sem dúvida.
A nova geração de vendilhões mega- pós-gospel faria o Senhor Jesus gastar muito tempo confeccionando azorragues. Eles usam, eles abusam; banho de descarrego em igreja de crente, é de doer! Corredor dos milagres, campanha dos inconformados( com o salário), culto de descapetização( esse eu aprendi com o pr. Dartagnan - Uberlândia), bugigangas “milagreiras” e todo tipo de trapaça; cópias mal feitas das artimanhas da macumba e dos sofismas romanistas.
Tais templos tornam-se suntuosos hiper-mercados da fé, as gôndolas apinhadas com toda sorte de bênçãos. Compra-se de tudo, até marido e status: “ Daqui mulher não sai solteira e homem não sai pobre!” Ouvi esta jóia numa emissora do centro-oeste onde um mascate da fé reclama para si o mesmo título de Pedro, Tiago, João, Bartolomeu e outros santos do Senhor que O acompanharam desde o batismo de João até ao dia no qual foi elevado para o céu.
O grande circo está montado, milagres ensaiados, exorcismos suspeitos, em Belo Horizonte tem curso de curas e outros dons por correspondência, o crente-cliente também pode optar por um intensivo de línguas estranhas, ( o aluno grita “ glória” repetidamente, até baixar o celestial dialeto! ), ah! Atenção encha o seu templo em seis meses, satisfação garantida; dízimo a 8%, pra quebrar a concorrência.
Heavy-metal, street-dance, street-music, gelo seco e outras tragicômicas variações do mercado, é preciso inovar, aliás, agradar é a alma do negócio, o negócio do entretenimento gospel, um grande teatro, ingressos em forma de oferta, desopilam o fígado e sacode o stress; o culto absorveu o público do futebol.
Ah! Glossolalia, abundante, efervescente; falsa e frustrante; na maioria dos casos antibíblica. E muitos desapontados com Deus, revoltados com o evangelho, frustrados com a fé, adquirida a duras penas, e sacrifícios.
E não há quem devolva este discurso fajuto a estes velhacos. Não se levantam os homens de Deus, os homens de bem; não se levantam em nome da fidalguia e ética, como se fosse possível permanecer calado, vejam Pedro tratando com Simão, o mágico – Atos 8: 18 – 23, sem fidalguia nem bons modos; curto, grosso e bíblico.
Foi preciso ouvir da boca de um papista a mais contundente frase de reprovação a tais atos de embromação religiosa: “ Sacerdote não é artista, eucaristia não é show e igreja não é circo.” D. Serafim, Arcebispo emérito da capital mineira.
E os anjos, dirão o quê?
( ex-interno do centro de recuperação de mendigos – Missão vida )
www.mvida.org.br
domingo, 5 de abril de 2009
AMADO PASTOR
Olho o pregador,
No púlpito; só.
Só Deus a quem recorrer,
Que bom!
Quem quereria mais?
Ouço o pregador,
Do púlpito,
Já não tão só,
Que bom! Deus bom!
Respiro.
O pregador pelo púlpito,
Lá, alguma coisa acontece,
Invade um vento,
Aquece-me o peito.
Percebo o pregador;
O púlpito completo.
Aquieto-me, solenemente silencio a alma,
Pois aqui, e
Por toda a Terra,
Deus está presente.
( pelo dia do pastor e pastora metodistas )
Olho o pregador,
No púlpito; só.
Só Deus a quem recorrer,
Que bom!
Quem quereria mais?
Ouço o pregador,
Do púlpito,
Já não tão só,
Que bom! Deus bom!
Respiro.
O pregador pelo púlpito,
Lá, alguma coisa acontece,
Invade um vento,
Aquece-me o peito.
Percebo o pregador;
O púlpito completo.
Aquieto-me, solenemente silencio a alma,
Pois aqui, e
Por toda a Terra,
Deus está presente.
( pelo dia do pastor e pastora metodistas )
T Á N A R U A, P ELAÍ... verso amargo pra andrea hot.
Perdeu o bonde,
A família, a escola, o nome
Junto com a virgindade, na primeira “biata”.
Perdeu o senso, o eixo, o rumo;
Não rimaremos aqui.
Esqueceu o tempo das ¾ brancas, do plissê.
Olhar bom e vazio
Bom, igual ao peito,
Vazio, útero esvaziado. Tanto.
Perdeu o bonde, ta de bode.
Perdeu o rubor e com o rubor, dispensou a vergonha
Na cara já não tão de anjo,
Estampa das sombras da noite
Sobras de ontem.
História das ruas
Relatos da noite
Fatos insanos
Insana noite.
Mentiras meticulosamente metrificadas.
Homens mentem
Deixe que mintam, afinal, compraram sua alma, junto com o corpo
Ainda violão, violado, violentado, velado, viscoso, veneno ainda doce.
Desgraças ao sobrenome;
Tendão de Aquiles de pai e mãe.
Azar desses tempos sem sorte.
Errou a mira
Perdeu a vez
A validade
A altivez,
Perdeu de vez.
Camafeu ao relento.
Cheiro de bocas
Cheiro de pele
De dentro.
Já não cobra tão caro.
Histórias das ruas
Relatos da noite
Insana noite.
Papo de bêbado, conversa de p. que desemboca
Sempre em botequins de uma porta só.
Perdeu o bonde
Perdi meu tempo.
Gastei minhas horas.
Odeio botequins de uma porta só.
Magno Aquino
Outono/2005
Perdeu o bonde,
A família, a escola, o nome
Junto com a virgindade, na primeira “biata”.
Perdeu o senso, o eixo, o rumo;
Não rimaremos aqui.
Esqueceu o tempo das ¾ brancas, do plissê.
Olhar bom e vazio
Bom, igual ao peito,
Vazio, útero esvaziado. Tanto.
Perdeu o bonde, ta de bode.
Perdeu o rubor e com o rubor, dispensou a vergonha
Na cara já não tão de anjo,
Estampa das sombras da noite
Sobras de ontem.
História das ruas
Relatos da noite
Fatos insanos
Insana noite.
Mentiras meticulosamente metrificadas.
Homens mentem
Deixe que mintam, afinal, compraram sua alma, junto com o corpo
Ainda violão, violado, violentado, velado, viscoso, veneno ainda doce.
Desgraças ao sobrenome;
Tendão de Aquiles de pai e mãe.
Azar desses tempos sem sorte.
Errou a mira
Perdeu a vez
A validade
A altivez,
Perdeu de vez.
Camafeu ao relento.
Cheiro de bocas
Cheiro de pele
De dentro.
Já não cobra tão caro.
Histórias das ruas
Relatos da noite
Insana noite.
Papo de bêbado, conversa de p. que desemboca
Sempre em botequins de uma porta só.
Perdeu o bonde
Perdi meu tempo.
Gastei minhas horas.
Odeio botequins de uma porta só.
Magno Aquino
Outono/2005
Prazer em conhecer...
Nasci em Minas, sou filho de uma professora e costureira que não sei como, mas trabalhava os três turnos e costurava de madrugada; eu sempre digo que o homem lá de casa usa saias. Infância feliz, mesmo no início das drogas, lia muito e quando não tínhamos um livro, lia até bula de remédio, direto na química; os distúrbios de sono de mamãe me atiçavam a curiosidade, fui ler a bula, proibia bebida alcoólica... Eis o começo.
Mais tarde, quando as doses, mesmo aumentadas diariamente não resolviam a fissura, procurei drogas novas, pessoas novas e um novo e complicado mundo; só um viciado é capaz de descrever a falta da droga, eu escrevi tempos atrás que, se acorrentarmos um viciado e deixarmos a droga por perto, ele sacrificará o resto dos dentes roendo.
Chega uma hora, bem cedo, que droga perde a graça, viciado não sente prazer com drogas, ele sofre sem elas e assim usa drogas, a qualquer preço; qualquer custo.
Não há um dia certo pra começar no crime, meu dia foi após uma surra terrível, sem motivos, aplicada por conhecidos, no hospital conheci o homem que me ofereceu vingança e proteção, topei na hora mesmo sabendo que jamais sairia da gangue; aprendi várias funções, desde cão de guarda a cobrador, e tudo que fosse necessário e que outro não quisesse fazer. Era preciso mostrar gratidão; anos seguidos.
Minha vida foi então virada ao avesso quando aceitei um convite pra assistir a um culto dos crentes; apoc3: 20; deixei drogas, gangue, armas e fui morar em outra cidade, era conhecido, apanhei muito de polícia, apanhei até de gente que apanhava de mim antes de Jesus; mudavam-me de lugar, fiquei na rua, até numa igreja eu morei; perambulei por aí.
Belo Horizonte, 1985, trabalhava como cinegrafista e dava testemunho em igrejas, escolas; neste tempo, gente como eu era chamada de ralé do céu pelos crentes de nascença, estava deprimido, minha sensação era de ter entendido errado, aquela luta pra ser crente igual aos crentes, não conseguia agradar a ninguém, nem convencer.
Tentei desistir, era infeliz, mais que antes de Jesus, não queria voltar a ser ladrão nem cão de guarda e pra ser crente eu não servia.
Numa segunda-feira cedo, descendo a rua dos tupis, li na porta de uma igreja enorme: “ Bem de manhã “Venha orar conosco”, na agonia eu entrei, sentei bem atrás, atrás é mais fácil pra ir embora. Gente orando; eu não consegui orar, eu só consegui chorar, amargo e desesperado, lembrando o dia em que aceitei Jesus, querendo descobrir como fui sair de uma vida ruim pra abraçar uma vida triste.
Sem tempo pra fugir, umas pessoas se aproximaram, uma jovem sentou do lado e foi tão gente boa que eu quase esqueci quem eu era, “ralé do céu”. Descansei, parecia menino chegando em casa depois da escola, seguro, era Lúcia Estela do Paulo, amiga até hoje, e Rodrigo da Ivana, o Jonas eu conheci em seguida. Ninguém foi mais feliz que eu.
Por muitos anos frequentei a casa do Paulo e da Lúcia, da família Bonfatti e fui professor de EBD, reeditei o livro “Um Grito no Escuro” e daí, seminário; começa a queda, passei a escolher em qual igreja pregaria, namorava uma moça crente, mas tinha uma incrédula, que nunca levei à igreja, entrei pra “fraternidade do choppinho sem remorso” e em muito pouco tempo o seminário, a igreja na periferia, os empregos, o noivado e tudo virou fumaça.
05 meses, tempo suficiente pra voltar às ruas, sem trabalho fui “manguear” em frente ao SUS - Campos Salles, nova suíça – BH; local onde antes distribuía sopa evangelizava e de onde tirei vários mendigos; era mendigo onde fora missionário. Ninguém foi mais infeliz que eu.
Cadeia, pneumonia, derrame de pleura, surras, chão gelado, estafeta de Barbie e quando agonizava ficava na esquina da rua dos tupis, tentando ouvir um pedaço de hino na Central. Até o dia em que voltei pra igreja, enfermo. Muitos ajudaram, mas ajuda mesmo foi o rev. Edson e Paulo Costa me mandarem pra Missão Vida. Foi aqui, sem glamour nem holofotes que Deus tratou comigo, conheci profundamente o amor e a mão de Deus, amém! É meu quarto ano, sou obreiro de triagem, estudo, escrevo, sirvo e sou feliz. A Missão Vida é o mais antigo e maior centro de recuperação de mendigos do país, 25 anos, 353 vagas em regime de internato, tudo gratuito e de excelente qualidade. O mundo precisa urgente de mais Wildos e Arnaldos.
Eu que passei tantas noites roubando e surrando mendigos, hoje gasto meus dias e noites servindo a estes pequeninos como quem serve ao Senhor em pessoa. http://www.mvida.org.br/ / mailto:%20%20magno.mvida@hotmail.com
Nasci em Minas, sou filho de uma professora e costureira que não sei como, mas trabalhava os três turnos e costurava de madrugada; eu sempre digo que o homem lá de casa usa saias. Infância feliz, mesmo no início das drogas, lia muito e quando não tínhamos um livro, lia até bula de remédio, direto na química; os distúrbios de sono de mamãe me atiçavam a curiosidade, fui ler a bula, proibia bebida alcoólica... Eis o começo.
Mais tarde, quando as doses, mesmo aumentadas diariamente não resolviam a fissura, procurei drogas novas, pessoas novas e um novo e complicado mundo; só um viciado é capaz de descrever a falta da droga, eu escrevi tempos atrás que, se acorrentarmos um viciado e deixarmos a droga por perto, ele sacrificará o resto dos dentes roendo.
Chega uma hora, bem cedo, que droga perde a graça, viciado não sente prazer com drogas, ele sofre sem elas e assim usa drogas, a qualquer preço; qualquer custo.
Não há um dia certo pra começar no crime, meu dia foi após uma surra terrível, sem motivos, aplicada por conhecidos, no hospital conheci o homem que me ofereceu vingança e proteção, topei na hora mesmo sabendo que jamais sairia da gangue; aprendi várias funções, desde cão de guarda a cobrador, e tudo que fosse necessário e que outro não quisesse fazer. Era preciso mostrar gratidão; anos seguidos.
Minha vida foi então virada ao avesso quando aceitei um convite pra assistir a um culto dos crentes; apoc3: 20; deixei drogas, gangue, armas e fui morar em outra cidade, era conhecido, apanhei muito de polícia, apanhei até de gente que apanhava de mim antes de Jesus; mudavam-me de lugar, fiquei na rua, até numa igreja eu morei; perambulei por aí.
Belo Horizonte, 1985, trabalhava como cinegrafista e dava testemunho em igrejas, escolas; neste tempo, gente como eu era chamada de ralé do céu pelos crentes de nascença, estava deprimido, minha sensação era de ter entendido errado, aquela luta pra ser crente igual aos crentes, não conseguia agradar a ninguém, nem convencer.
Tentei desistir, era infeliz, mais que antes de Jesus, não queria voltar a ser ladrão nem cão de guarda e pra ser crente eu não servia.
Numa segunda-feira cedo, descendo a rua dos tupis, li na porta de uma igreja enorme: “ Bem de manhã “Venha orar conosco”, na agonia eu entrei, sentei bem atrás, atrás é mais fácil pra ir embora. Gente orando; eu não consegui orar, eu só consegui chorar, amargo e desesperado, lembrando o dia em que aceitei Jesus, querendo descobrir como fui sair de uma vida ruim pra abraçar uma vida triste.
Sem tempo pra fugir, umas pessoas se aproximaram, uma jovem sentou do lado e foi tão gente boa que eu quase esqueci quem eu era, “ralé do céu”. Descansei, parecia menino chegando em casa depois da escola, seguro, era Lúcia Estela do Paulo, amiga até hoje, e Rodrigo da Ivana, o Jonas eu conheci em seguida. Ninguém foi mais feliz que eu.
Por muitos anos frequentei a casa do Paulo e da Lúcia, da família Bonfatti e fui professor de EBD, reeditei o livro “Um Grito no Escuro” e daí, seminário; começa a queda, passei a escolher em qual igreja pregaria, namorava uma moça crente, mas tinha uma incrédula, que nunca levei à igreja, entrei pra “fraternidade do choppinho sem remorso” e em muito pouco tempo o seminário, a igreja na periferia, os empregos, o noivado e tudo virou fumaça.
05 meses, tempo suficiente pra voltar às ruas, sem trabalho fui “manguear” em frente ao SUS - Campos Salles, nova suíça – BH; local onde antes distribuía sopa evangelizava e de onde tirei vários mendigos; era mendigo onde fora missionário. Ninguém foi mais infeliz que eu.
Cadeia, pneumonia, derrame de pleura, surras, chão gelado, estafeta de Barbie e quando agonizava ficava na esquina da rua dos tupis, tentando ouvir um pedaço de hino na Central. Até o dia em que voltei pra igreja, enfermo. Muitos ajudaram, mas ajuda mesmo foi o rev. Edson e Paulo Costa me mandarem pra Missão Vida. Foi aqui, sem glamour nem holofotes que Deus tratou comigo, conheci profundamente o amor e a mão de Deus, amém! É meu quarto ano, sou obreiro de triagem, estudo, escrevo, sirvo e sou feliz. A Missão Vida é o mais antigo e maior centro de recuperação de mendigos do país, 25 anos, 353 vagas em regime de internato, tudo gratuito e de excelente qualidade. O mundo precisa urgente de mais Wildos e Arnaldos.
Eu que passei tantas noites roubando e surrando mendigos, hoje gasto meus dias e noites servindo a estes pequeninos como quem serve ao Senhor em pessoa. http://www.mvida.org.br/ / mailto:%20%20magno.mvida@hotmail.com
A hotmail fechou minha conta, a principal conta, a mais antiga, dela eu despachava textos bíblicos, respondia as cartas, aquelas que antes iam via correios e consumiam papel demais, tinta demais, selos demais, tempo demais, e tinham sido deixadas, afinal o e-mail, mesmo sendo totalmente sem cor, sabor ou cheiro, resolve o problema mundial da comunicação. Aí, veio a idéia de tentar um site, nada grande ou opulento, quando muito um minifúndio eletrônico, de bom tamanho estaria.
O site tá nascendo, vem me poupar horas, preciosas horas de sono; mas também vem aumentar as pessoas que serão beneficiadas pela boa leitura da Bíblia Sagrada; lemos qualquer coisa ultimamente, chega de tanto lixo, e antes que eu me esqueça, crente não precisa de auto-ajuda, pecisa de ajuda do alto. http://www.sola-scriptura.com/ , basta um cadastro e as pessoas terão, todos os dias, a grata tarefa de abrir seu e-mail e saborear a única fonte de água viva em todo o universo, sola-scriptura! Mas então o rev. Daniel ( Ig. Metodista Livre ) me avisa que tem um blog, pra ser sincero, eu não sabia o que era um blog, mas se o revdamodajr, tem um blog, é porque deve ser bom ter um blog, não deu outra, agora também tenho um blog, e certamente, em poucos meses nossos encontros literários semanais se tornarão diários.
É esperar pra ler!
O site tá nascendo, vem me poupar horas, preciosas horas de sono; mas também vem aumentar as pessoas que serão beneficiadas pela boa leitura da Bíblia Sagrada; lemos qualquer coisa ultimamente, chega de tanto lixo, e antes que eu me esqueça, crente não precisa de auto-ajuda, pecisa de ajuda do alto. http://www.sola-scriptura.com/ , basta um cadastro e as pessoas terão, todos os dias, a grata tarefa de abrir seu e-mail e saborear a única fonte de água viva em todo o universo, sola-scriptura! Mas então o rev. Daniel ( Ig. Metodista Livre ) me avisa que tem um blog, pra ser sincero, eu não sabia o que era um blog, mas se o revdamodajr, tem um blog, é porque deve ser bom ter um blog, não deu outra, agora também tenho um blog, e certamente, em poucos meses nossos encontros literários semanais se tornarão diários.
É esperar pra ler!
Ainda me pergunto, como é possível observar tantos, e tamanhos contrastes sociais e fazer de conta que está tudo bem? As ruas estão cheias de gente que dorme ao relento, come sobras, bebe qualquer coisa, veste trapos, não usam um banheiro há séculos.
As pessoas passam, atrasadas, vivemos atrasados, e olham para estes "trastes" que contaminam a paisagem com a sua indisfarçável fealdade, e juram que já nasceram ali; é, todos preferem pensar que não sendo minha culpa, não é problema meu! Mas, se não é minha culpa, não sendo por isso, problema meu, quem assume o quê? Poder público? Esqueça, até o discurso é de ontem, e os projetos, bem, são projetos, só isso. E me encontro, correndo na chuva, aliás, da chuva e quase piso em um desses "trastes" que atravancam as calçadas, em frente aquela igreja católica muito bonita da pça Tubal Vilela, faço que não ouço(a chuva me apressa), mas ouço, " não é pra beber, eu tô é com fome", e já lá na frente, na marquise, me lembro de uma frase de um amigo que não vejo há anos, Pe. Tarcísio; agora é bispo e não sei se ainda pensa assim, mas a frase é dele:" Esmolas? eu dou, prefiro ser enganado do que ser injusto!" Então volto e deixo um real nas mãos magras do moço, que balbucia um " Deus te ajude..." e sumo na esquina. esqueço do ocorrido, até entrar no ônibus pra voltar pra casa, peraí, meu trabalho é recuperação de mendigos!!! Um mísero real, miserável homem que sou!!!
As pessoas passam, atrasadas, vivemos atrasados, e olham para estes "trastes" que contaminam a paisagem com a sua indisfarçável fealdade, e juram que já nasceram ali; é, todos preferem pensar que não sendo minha culpa, não é problema meu! Mas, se não é minha culpa, não sendo por isso, problema meu, quem assume o quê? Poder público? Esqueça, até o discurso é de ontem, e os projetos, bem, são projetos, só isso. E me encontro, correndo na chuva, aliás, da chuva e quase piso em um desses "trastes" que atravancam as calçadas, em frente aquela igreja católica muito bonita da pça Tubal Vilela, faço que não ouço(a chuva me apressa), mas ouço, " não é pra beber, eu tô é com fome", e já lá na frente, na marquise, me lembro de uma frase de um amigo que não vejo há anos, Pe. Tarcísio; agora é bispo e não sei se ainda pensa assim, mas a frase é dele:" Esmolas? eu dou, prefiro ser enganado do que ser injusto!" Então volto e deixo um real nas mãos magras do moço, que balbucia um " Deus te ajude..." e sumo na esquina. esqueço do ocorrido, até entrar no ônibus pra voltar pra casa, peraí, meu trabalho é recuperação de mendigos!!! Um mísero real, miserável homem que sou!!!
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