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habes fidem, sed exiguam! John Wesley - Lc 17: 5,6
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Uma só carne, duas vidas.
quinta-feira, 31 de março de 2011
Jesus, Esperança Nossa!
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Dor em Tempo de Hipocrisia
Eu sirvo a Deus e faço isso servindo a pessoas que, pela própria vida que tiveram antes de serem acolhidos, tornam os nossos dias um campo minado.
Retirar homens das ruas implica em acolher suas mudanças bruscas de humor, suas paranóias, um sem fim de reprováveis hábitos, mentiras e fantasias. Nos primeiros dias andamos por tato (nós e eles).
Mesmo com todos os anos de experiência na recuperação de viciados em drogas, alcoólatras e mendigos, a decisão de dividir nossas vidas com pessoas que sofreram demais e que fizeram outras sofrerem tem sido, via de regra, uma experiência nova, desafiadora e de expectativas interessantes.
Homens assim costumam estabelecer relacionamentos superficiais e convenientes, regra áurea de sobrevivência no mundo das calçadas e marquises. (já reparou? Tem cada vez menos marquises na cidade).
Amá-los e trazê-los a um nível de relacionamento responsável, promover mudanças no diálogo saindo da cômoda condição de observador pra situação de confronto; a autoridade missionária confere-me autonomia para confrontar o comportamento nocivo na mesma proporção que me concede a oportunidade de ser amistoso; não rude no trato.
Obedecer e gastar-me nessa aparentemente infrutífera tarefa de comunicar o amor e vida nova contidas no Evangelho de Jesus Cristo a pessoas que se adequaram ao fracasso cotidiano; a coragem de continuar mesmo vendo outros desistirem se mistura a esperança renovada em cada restauração.
Cito a coragem como virtude na forma de confiar nos variados aspectos que envolvem um programa de recuperação do porte da Missão Vida, no qual tudo é planejado e praticado com vistas ao choque.
Encontrar o quarto limpo, roupas de cama e banho decentes, alimentação variada e farta além de uma estrutura missionária com obreiros preparados especificamente para cuidar-lhes. Ser tratado dignamente após tanto tempo sendo confundido com o lixo, crendo até ser parte do monturo; ser cuidado de modo franco e prático como nunca antes, nem mesmo pela família. Um choque contundente e positivo.
Não obstante, a despeito do que podemos oferecer a uma pessoa, se não caminharmos ali, logo ao lado, identificando os desvios de caráter e tratando-os bíblica e efetivamente, auxiliando na mudança de comportamento e relacionamento, caímos na armadilha de "alimentar e vestir" sem visitar as reais e interiores necessidades, com as quais a maioria se recusa a lidar.
O adesivo da Missão Vida traz uma afirmação esclarecedora quanto à opção de servir: "Porque eu amo gente!". Amar gente é se importar, se importar é se dispor a caminhar até as últimas consequências visando a promoção humana, o que muitas vezes leva ao confronto, e nos devolve ao assunto.
A maioria dos internos que cuidamos não tem alguém que se importe o suficiente pra dizer-lhes a verdade acerca do seu comportamento, por isso eles viveram até aqui de forma nociva; por medo ou falta de interesse não houve pessoas para quebrar o silêncio e dizer o necessário.
Como crentes em Jesus é nossa responsabilidade abordar assuntos espinhosos e desconfortáveis; quando ampliamos o assunto chegamos aos relacionamentos na igreja, escola, trabalho e família; confrontar alguém da liderança local, um dileto membro do conselho ou algum colega de trabalho a quem apreciamos nunca é confortável, nem fácil.
Na carta aos gálatas lemos: "Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão." Gl 6: 1 – NVI – Todas as vezes que deixamos de cumprir este ensinamento, varremos o lixo pra debaixo do tapete, colocamos uma pedra sobre o assunto e perdemos a chance da cura e do crescimento.
Andaremos unidos e bem quando andarmos livres de assuntos mal resolvidos, quando esclarecermos as pendências e eliminarmos os equívocos; assertividade é ser absolutamente honesto, sendo gentilmente claro quanto ao que pensa do que o outro faz, fala ou deixa de fazer e falar.
Estamos todos cansados de ficar em silêncio em nome da paz, ainda mais uma paz não real; ausentamo-nos quando deixamos pra lá, deixamos de lado, deixamos como está pra ver como é que fica. Nossos relacionamentos e nossos ministérios se deterioram por covardia e alguns fingem não enxergar o caos logo à frente.
Não importa se no Centro de Recuperação de Mendigos da Missão Vida ou na Igreja, onde Deus te estabeleceu, importe-se, "abandone a velha natureza e fale a verdade ao seu próximo, pois somos membros de um mesmo corpo." Faça isso, com mansidão e prudência, descubra que ser transparente é ser parecido com o Senhor. Mansamente firme e firmemente suave. O Deus da paz será com você, certamente.
Missão Vida. Porque eu amo gente!
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Ah, Jesus, agora eu entendo!”
"Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas, e vocês farão bem se a ela prestarem atenção, como a uma candeia que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça no coração de vocês." 2 Pe 1: 19 – NVI
O Espírito utiliza-se de Pedro e anima os judeus convertidos que nasceram e cresceram ouvindo e/ou lendo os livros do que chamamos Antigo Testamento e nele, a promessa que permeia toda a Palavra, alimentando em esperança geração após geração: o Messias, o Cristo de Deus.
Conhecedores da promessa do Messias, esses homens e mulheres, ao ouvirem sobre as boas novas de Jesus e tendo em seus corações o agir do Espírito Santo, ajudando-os a crer, compreendiam e cada coração convencido do amor de Jesus pelo Espírito, ao receber o perdão dos seus pecados, podia declarar: "Ah, Jesus, agora eu entendo!" A respeito desse amor foi que profetizou Isaías e tantos outros, sobre Jesus de Nazaré.
A promessa de Deus que atravessou a História humana finalmente é real; o Crucificado, dele falam as Escrituras! O Ressurreto, dele falam os salmos! O Glorificado, dele falam todos os que deixaram tudo, até o amor pela própria vida.
Prestando atenção nas palavras dos profetas é que homens e mulheres de todos os cantos até hoje, ao serem apresentados ao Evangelho, experimentam trocar a luz da candeia em lugar escuro pela luz da Estrela da Alva, Jesus no coração de todo aquele que crê. Crer e ser salvo, ato contínuo.
Não foi diferente comigo, guardadas as variações; ao ouvir de Jesus e do Seu amor, ao prestar atenção e o Espírito interferir no meu raciocínio, permitindo-me entender, ajudando-me a crer, aceitei toda a força do amor do Cristo de Deus pra em seguida me render dizendo: "Ah, Jesus, agora eu entendo!"
Cresci numa família não religiosa, mas pude conhecer a Bíblia desde cedo através das Histórias do Antigo Testamento contadas toda noite pelo meu avô Alexandre; encantava-nos ouvir sobre Abraão, Isaque, Jacó, José. A Palavra só me atingiria muito mais tarde.
Na cruz todos os meus anseios e angústias encontraram respostas, pra logo depois me nasceram novos anseios e angústias, coisas de crente novo (?). Diariamente cada dúvida, anseio e desesperança tem encontrado resposta na cruz, ali e em nenhum outro lugar a minha alma se dobra e recebe refrigério, ali meu coração se aquieta e aprende.
A carta aos coríntios foi motivo de sucesso para o poeta Renato Russo que falou do trecho encontrado no capítulo 13 sobre conhecer apenas parcialmente; Stephen Collins e Justus Nelson (uma parceria) deixaram outra canção que traduz-nos o anseio que, por vezes não entendemos (Da linda pátria estou mui longe...)
O texto aos coríntios traz afirmações poderosas ao comunicar-nos que: "Agora, portanto, enxergamos apenas um reflexo obscuro, como em um material polido; entretanto, haverá o dia em que veremos faca a face. Hoje, conheço em parte; então conhecerei perfeitamente, da mesma maneira como plenamente sou conhecido." 1 Co 13: 12 – NVI –
O reflexo imperfeito produzido pelo bronze polido à época do apóstolo ainda é o que sabemos hoje da glória; fazemos bem em prestar atenção às palavras dos apóstolos e demais autores do Novo Testamento, afinal, certo que estou da minha salvação (ainda que alguns desavisados afirmem que os arminianos sofram uma sem igual angústia quanto ao assunto; mas são apenas desavisados) aguardo o dia "Quando ao Céu eu chegar."
Ah, então estarei com Jesus, face a face com o salvador de todo aquele que crê! Verei a Sua glória e esplendor; demoradamente e profundamente aspirarei o cheiro bom do Céu que exala d'Ele, o Redentor.
Uma vez lá, com essa minha indisfarçável cara de mineiro distraído, direi: "Ah, Jesus, agora eu entendo!" Era desse lugar que falávamos nos púlpitos, a esse doce aroma e sensação se referiam os hinos que cantávamos no coral e na congregação; gastamos muitos domingos imaginando tal arquitetura!
Há outro hino que diz: "Eu vou pro céu, lindo céu, com Cristo eu vou morar num lindo céu." - Dick Torrans – (sempre quis fazer um solo, mas nunca permitiram) A pátria celestial terá uma frase certa: "Ah, Jesus, agora eu entendo!" na boca de todo humano que, crendo foi salvo e perseverando santo permaneceu salvo.
Agora vejo em parte, sinto e entendo em parte, mas face a face com o Salvador saberei plenamente; o poder da afirmação "Então, conhecerei perfeitamente, da mesma maneira com plenamente sou conhecido." está na certeza da intimidade com o Senhor, eu O conhecerei como me conhece hoje o Espírito; não haverá mistérios nem reflexos obscuros.
Agora eu entendo, é de Jesus que minh'alma tem saudades.
Missão Vida, porque eu amo gente!