_________________ Magno Aquino
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Vi um cárcere romano. Uma placa que acompanha as fotos nos afirma que é o mesmo local onde foi preso o apóstolo Pedro e onde em outra ocasião o não menos apóstolo Paulo teve o desprazer de ser encerrado. Desconcertante.
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quinta-feira, 29 de abril de 2010
As coisas mudam
domingo, 18 de abril de 2010
Eu amo gente!
Eu amo gente - I
Ao referir-se no sermão do monte aos "pobres de espírito", Jesus distingue um grupo social que até ali passara despercebido dos escritores bíblicos: os "Sem-nada"; classe inexpressiva nos quadros sociais daqueles, e destes tempos. (os comentaristas da King James certamente discordam desta visão "social" de Mateus 5: 3)
Ali ao lado do Senhor estavam aqueles que não tinham pão, nem paz, nem com eles se usava de justiça, nem misericórdia; é desse tipo de gente que cuidamos aqui na Missão Vida, o tipo de gente que ninguém quer por perto, nem a Igreja do Senhor se interessa; já fui os dois tipos de gente: fui daqueles que ninguém queria por perto, e depois de uns anos de crente me tornei um dos que não queriam esse tipo de gente atribulada.
Penso que foi por não querer "esse tipo de gente..." por perto, nem no mesmo banco da igreja é que voltei a ser, tristemente aquele tipo de gente que ninguém quer.
Quando quiser descobrir essa gente, dê um giro pelas ruas; tem muita gente ainda acreditando que mendigo nasce ali, que nem erva daninha.
Em Mateus 25: 35, 36 o Senhor Jesus lista duas situações claras: pobres materiais e pobres espirituais; pois fome, sede e nudez neste país nem mesmo o governo ajuda verdadeiramente a resolver, não fossem os "caridosos" e teríamos famintos e sedentos e nus aos montes, mais que já temos, e poucos são os dispostos a socorrer, acolher os pobres de tudo.
O pão, a água fria e a vestimenta são compaixão, um sentimento divino que Ele empresta-nos; agregar a estas coisas as palavras do amor de Deus, vida eterna é obedecer ao IDE integral.
O Senhor, compassivo como só ele pode ser, esteve presente em cada situação de uma mão estendida, pedindo, e outra mão estendida, ajudando.
Se tiver chamado e tempo disponível, voluntarie-se no ministério (ainda pequeno) da Missão Vida: Sopa, Sabão e Salvação, ou se una ao pequeno exército: Madrugada com Deus, da Missão Batista do Pelourinho que assim como na Missão Vida, em Anápolis, amanhece pelas ruas de Salvador, acolhendo e ouvindo e salvando.
Nestes e n'outros ministérios há oportunidades, nunca dantes imaginadas, de aprender quão pouca se gasta de si mesmo pra amar esse tipo de gente! Mas deixe o preconceito em casa, nas ruas tem muito gente desbocada, mal-cheirosa e que não gosta de crente.
Deus te envia a pregar e ser irmão e irmã dos necessitados e aflitos, Deus não te chama pra fazer sala pra fartos e entediados; as ruas estão cheias de gente assim, gente do tipo que se parece com a corça do salmo 42; eis a chance da sua vida, suje as mãos, e o seu bom nome. É o trabalho perfeito pra quem quer perder muitos pontos no ibope da patota gospel; desde que se envolveu com este tipo de gente o pr. Wildo foi alcunhado como o louco de Anápolis.
Mas sabe aquele tipo de olhar de olhar de Deus que persegui por anos sendo "o melhor em tudo"? Pois então! Cê vai dar de cara com o olhar de Deus todas as vezes que olhar nos olhos de um pobre de espírito, pobre de pão, pobre de afeto, pobre de roupas, pobre de amizades, pobre de escola, pobre de comunhão, pobre de Deus.
Missão integral: Há vagas.
_____________________ Magno Aquino
(ex-interno do Centro de Recuperação de Mendigos – Missão Vida)
http://www.mvida.org.br Ajudar faz bem!
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sexta-feira, 16 de abril de 2010
Origem
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De onde venho
Não se olha no olho
Se gasta mais tempo
No movimentar das mãos,
Na metálica agudez do ângulo
Atravessando o ar
A carne
Encontrando-a,
E fim.
Lá de onde venho
Não se dão bem as mãos
Jamais afagam
Nunca ajudam
Sequer acenam.
Estas, e outras
Fraturaram-se em vão.
De paz não se fala
De onde venho
Menciona-se a dor
Presente, constante
Paz inexiste
Dor silencia
Ser ou não ser
Não importa ser,
Ou não.
Venho de percorrer estranhos caminhos
Balbuciar lamentos secos
Pelo brilho que se desfaz
No prazer do minuto,
Sequer seguinte.
Fumaça do engôdo
Solidão de agulha
Falta de ar
Ausência de gente
Terra sem Deus
Inferno das ruas.
______________ Magno Aquino
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Desobedecer é genético
________________________ Magno Aquino
Adão deu ouvidos à sua esposa, desobedeceu e este ato de desobediência tem custado nosso sangue, suor e lágrimas, ah! Adão!
Não foi o único, a história traz histórias de homens, e mulheres que preferiram dar ouvidos à própria carne a obedecer à razão que emana do trono de Deus; nada há de mais racional que obedecer ao Senhor. Sei disso, falo com a segurança(?) de quem desobedeceu, burramente.
Saul desobedeceu, custando-lhe muito caro dar atenção aos rogos do povo e da própria cobiça, neste caso é preciso pensar no adágio que afirma que o inferno está apinhado de boas intenções; perdeu a razão, a coroa, a vida e a chance de entrar pra história de Israel de forma decente.
Mas ficar aqui escrevendo sobre os desobedientes é fácil, aliás, falar e filosofar a partir dos outros só traz conforto à minha alma, cheia de cicatrizes e lembranças ruins. Tenho conversado com meus irmãos internos do centro de recuperação de mendigos – Missão Vida – em Sobradinho-DF e como em todas as outras unidades pelas quais já passei e servi, vejo e ouço histórias de desobediência.
Não é possível, aos irmãos e irmãs que não vivem esta nossa realidade de missão urbana que recolhe, acolhe, cuida e evangeliza homens de rua, imaginar a quantidade assustadora de crentes caídos encontrados em situação de miséria extrema.
E como todas as histórias de desastres e desgraças começam? Invariavelmente todas começam quando as mentiras de satanás nos encantam e seduzem embotando o brilho das evidências e promessas
do Senhor Deus; deixamos aquilo que vem sustentando-nos há muito tempo em troca de uma sugestão de outras colheitas, em outras paragens.
Desobedecemos até com certa dose de prazer; a adrenalina do pecado, a indescritível sensação de perigo e desafio que acompanham nossa raça; desobedecer é genético. Minha vontade insana suplantando a racional decisão de servir e obedecer.
Quem nunca passou pela perturbadora situação quando a carne grita e o espírito se contorce como uma cobra na fogueira, e então: DESOBEDECEU? Por muitos anos, depois de Jesus eu furtei coisas sem valor ou serventia alguma, mas que no momento do furto me pareceu o mais precioso e indispensável objeto; quanta dor e vergonha neste assunto, meu Deus! Devo ser maluco pra confessar uma coisa dessas.
Desobediência cauteriza a alma, tolda os pensamentos, entreva o espírito antes rendido à razão bíblica. Mentimos ao telefone e mentimos no altar. Adulteramos na carne e no crer. Descremos, só pra desobedecer sem doer tanto. Relativizamos o pecado e drogamos a consciência com novíssimas interpretações de textos que antes temíamos desobedecer.
Não me considero o maior dos desobedientes, S. Paulo já tomou para si o deplorável lugar mais alto do pódio, mas chego bem colocado.
Pessoas desobedecem até quando pregam a respeito d’Aquele que é a Verdade, prometem uma vida melhor pra todos os arrolados nas suas igrejas. Garantem coisas que não estão na Bíblia, afirmam promessas jamais saídas da boca de Deus.
Falando de nós, mentimos na saudação; quantos "to na benção!" na boca de perdedores! Que são perdedores por não conseguirem mais desobedecer a si mesmos e obedecer a Deus. É! Pra voltar a obedecer a Deus eu preciso me desobedecer, contrariar o vil que se fez normal em mim.
Tentaram deixar um homem de Deus em apuros perguntando-lhe o motivo pelo qual Jesus, sendo Deus, escolhera Iscariotes; o homem de Deus respondeu que não poderia responder tal pergunta, uma vez que se encontrava ocupado demais se perguntando o motivo pelo qual Deus o escolhera. To olhando pra tela e me fazendo a mesmíssima pergunta.
Mas graças a Deus por nosso Senhor Jesus Cristo!
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